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Animais podem receber tratamento espiritual?


Como sempre elucidativo, Kardec nos trouxe já em 1865 na Revista Espírita a seguinte frase em relação ao estudo acerca dos animais: “(…) Numa palavra, precisávamos compreender nossa alma, antes de procurar compreender a dos animais.” Apenas com este trecho, vemos o quão ainda somos falhos em sermos irredutíveis sobre tantos assuntos, especialmente a dos animais, negando as próprias revelações progressivas naturais da Doutrina Espírita como bem temos em A Gênese no Cap. I, item 55.

A má interpretação dos textos nos coloca à mercê de conclusões equivocadas. O famoso caso da mensagem de Erasto no O Livro dos Médiuns, Cap. XXII, “Da Mediunidade nos Animais”, Item 236 do Sr. T. que magnetizou seu cão e este veio a óbito é prova de um destes equívocos. Esta é uma nítida falta de entendimento sobre o assunto; a magnetização é diferente de passe espiritual. No primeiro caso, o magnetizador transmite seus próprios fluídos, no livro Nos Domínios da Mediunidade André Luiz explica melhor esta questão no Cap. 17, em “Serviço de Passes”. No segundo caso, o passista é um intermediário onde ele doa sim seus próprios fluídos, mas também é através dele que opera os fluídos da Espiritualidade Superior amparando aquela criatura que independente de seu estágio evolutivo seja em animalidade ou humanidade, será fraternalmente acolhido, afinal “sendo filhos do mesmo Pai, são objeto de igual solicitude; que nenhum há mais favorecido ou melhor dotado do que os outros.” (A Gênese, Cap XI, item 7.)

Por que então, não estendermos o recurso dessa terapia simples, sem contra indicação, aos animais? Haverá algum motivo razoável para que não possamos considerá-los “nosso próximo” e merecedores de amparo também? Será que estamos ainda prevalecendo um certo pensamento levianamente antropocêntrico?

Fica o recado acolhedor de André Luiz no livro Conduta Espírita, Cap. 33, “Perante os Animais”: para nos fazer refletir e impulsionar ao estudo adequado: “No socorro aos animais doentes, usar os recursos terapêuticos possíveis, sem desprezar mesmo aqueles de natureza mediúnica que aplique a seu próprio favor. A luz do bem deve fulgir em todos os planos.” e do querido Herculano Pires em sua obra Mediunidade, Vida e Comunicação, Cap. 11, “Mediunidade Zoológica” para não termos dúvidas desta possibilidade: “A assistência mediúnica aos animais é possível e grandemente proveitosa. O animal doente pode ser socorrido por passes e preces e até mesmo com os recursos da água fluidificada.”

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