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Espiritismo e Inteligência Artificial: Reflexões sobre Consciência e Ética

Guilherme de Carvalho


A Benfeitora Joanna de Ângelis, grande contribuinte para entendermos os processos que ocorrem conosco, dita em sua obra O Homem Integral: “Passando de uma aparente segurança, que era concedia pelos padrões individualistas do século XIX, no apogeu da industrialização, para o período eletrônico, a robotização ameaça milhões de empregados, que temem a perda de suas atividades remuneradas, ao tempo em que o coletivismo, igualando os homens nas aparências sociais, nos costumes e nos hábitos, alija os estímulos de luta, neles instalando a incerteza, a necessidade de encontrar-se sempre na expectativa de notícias funestas, desagradáveis, perturbadoras.” (FRANCO, 2023, P. 19).

 

Ao decorrer do desenvolvimento intelectual da criatura, acompanhamos através da história o nascer e desenvolver também da tecnologia. As criaturas que acompanharam as grandes maquinarias à vapor, desesperam-se pelo trabalho braçal que realizam e naquele instante eram substituídas. Afinal o subsídio da existência é o que mais importa para nós, sem trabalho não há alimento e consequentemente não há vida. E esse medo tornou-se cíclico chegando aos dias atuais mediante a criação e aperfeiçoamento da inteligência artificial.

 

Por definição temos inteligência artificial (IA) como um ajuntamento e processamento de informações ou dados, a fim de que se retorne para o solicitante o que ele espera, sejam textos, imagens, etc.


Em A Gênese, obra constituinte do Pentateuco Kardequiano fundamental para todo e qualquer um que queira aprofundar-se sobre o senso de consciência ético-moral, enuncia o Codificador: “... todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente” (KARDEC, 2019, P. 46).

 

Inteligência artificial como vemos retornando e criando uma quantidade sem fim de processos realísticos chegando a confundir o que é realidade e ilusão, seria necessariamente ruim? Como cita Kardec, o nobilíssimo Codificador, qual é a inteligência por trás da inteligência artificial, já que sozinha não é sua própria mantenedora? Aí encontraremos de maneira límpida o seu desenrolar, será boa ou má, mediante quem a utilize.

 

É imprescindível acompanharmos o amadurecimento das atividades humanas, sem pretensão de conservadorismo, exercitando o que o Apóstolo dos Gentios já praticava há milênios, examinando tudo e retendo o que é bom. E sem dúvida, provocando em nosso íntimo por meio da autoeducação à luz do Espiritismo, transformando o exemplo do Mestre Galileu em vivência, onde nossa educação terrestre não se afete pelos obstáculos do caminho, e sim permaneça fiel a sua Carta Magna da Paz, que nos pede apenas para amar, pois, o amor é o processo primacial que mantém nossas inteligências assim como mantemos hoje a inteligência artificial.

 

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Referências

FRANCO, Divaldo Pereira. O Homem Integral. Salvador/BA: LEAL, 2023.

 

KARDEC, Allan. A Gênese, tradução de Salvador Gentile. Catanduva/SP: Boa Nova Editora, 2019.


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