Mediunidade: O Poder das Emoções
Luciane Soek
Em O Livro dos Médiuns, item 159, nosso Codificador, Allan Kardec, nos orienta:
“Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, é médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por consequência, não é privilégio exclusivo; também são poucos nos quais não se encontrem alguns rudimentos dela. Pode-se, pois, dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium. Todavia, usualmente, esta qualificação não se aplica senão aqueles nos quais a faculdade medianímica está nitidamente caracterizada e se traduz por efeitos patentes de uma certa intensidade, o que depende, pois, de um organismo mais ou menos sensível. De outra parte, deve-se anotar que esta faculdade não se revela, em todos, do mesmo modo; os médiuns têm, geralmente, uma aptidão para tal ou tal ordem de fenômenos, o que lhes resulta tantas variedades quantas sejam as espécies de manifestações” (KARDEC, 2023, p. 142)
Mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio com os Espíritos, não é um “dom”, algo sobrenatural e não concede poderes especiais. Mediunidade é caridade.
Mediunidade é sintonia e troca de experiências entre encarnados e desencarnados. “Durante o aflorar da mediunidade, o indivíduo passa por uma montanha-russa de sentimentos e emoções, podendo apresentar sintomas indesejáveis, devido a influência dos fluidos emitidos pelos Espíritos que se aproximam do médium. Tanto no físico como no emocional. Poderá sentir tremores, dores no corpo, sensação ou ideias estranhas, mudanças de humor e bipolaridade, crises de choro, sensação de frio e calor, sono profundo, insônia e nervosismo, sentimentos de angústia e vazio no coração” (CARVALHO, 2022).
Pode-se acreditar que está doente fisicamente ou mentalmente, mas é somente o aflorar da mediunidade. Esse momento, às vezes, se torna delicado, cheio de dúvidas e emoções descontroladas, pois o médium capta as sensações de tristeza ou depressão de um Espírito e acha que está triste ou deprimido também.
O médium precisa ser mais sensível para poder captar os sentimentos dos encarnados e desencarnados, a faculdade mediúnica pede isso para que haja uma conexão. No início falta experiência para distinguir se o que está sentindo é dele próprio ou de algum Espírito. Quando o indivíduo começar a apresentar algum desequilíbrio físico ou emocional, deverá procurar descartar se é algo no seu corpo físico ou mental, com ajuda da Medicina. E após descartar questões orgânicas, poderá considerar como mediunidade.
Para que o médium tenha equilíbrio é preciso desenvolver e educar sua mediunidade, com estudo, seriedade, boa vontade e uma Casa Espírita, pois é um ambiente seguro e salutar para o desenvolvimento mediúnico.
O estudo é muito importante e expandirá seus conhecimentos. Ler a codificação kardequiana e se aperfeiçoar na Doutrina Espírita.
O médium também precisa se autoconhecer e se autoavaliar, pois, se conhecendo, conseguirá discernir o que está sentindo ou se são emoções do Espírito. Se autoconhecer: quem sou eu, o que me aflige, quais são meus medos, pois quando um Espírito se aproximar, conseguirá identificar se são sentimentos seus ou dele. E quando sentir e perceber que não são seus e sim daquele coração, deverá não acolher para si esses sentimentos, controlar com a mente e não alimentar o sentimento e sim rechaça-los. Aprender a dominar as emoções para não ter desequilíbrio da mediunidade.
Para que se torne um bom médium, equilibrado nas emoções, é fundamental buscar o aprimoramento moral e intelectual, buscando se autoconhecer e procurar estar bem tanto físico como emocional, para que possa auxiliar o próximo com amor e cuidado.
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Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes/RJ. Editora Letra Espírita. 2023.
CARVALHO, Evelyn Freire de. Um Elo Entre Dois Planos. Campos dos Goytacazes/RJ. Editora Letra Espírita. 2022
GOMES, Anderson. (2018). Mediunidade e Sentimentos. Youtube. https://youtu.be/ItP9_tqs5RA?si=Qg-rLK7ZPXiXqacc
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