O Lado Obscuro do Bullying: Uma Análise Espiritual
Luciane Soek
Bullying é uma palavra em inglês usada para descrever atos de violência física e psicológica de forma intencional e repetitiva, praticados por um indivíduo ou um grupo, com o objetivo de intimidar, agredir e ferir. O mais forte domina o mais fraco, causando dor e humilhação.
Trata-se de ato extremamente doloroso ao que recebe, causando danos emocionais profundos, desinteresse nos estudos, depressão, fobia social e, podendo levar, muitas vezes, ao suicídio e à prática do homicídio.
Praticar o bullying se afasta dos preceitos do que o Mestre Jesus nos ensina e pede, é totalmente ao contrário dos Seus ensinamentos. Jesus nos pede para amar o próximo como a si mesmo: “Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam, porque é a lei e os profetas. (São Mateus, cap. VII,v. 12)”. “Tratai todos os homens da mesma forma que quereríeis que eles vos tratassem. (São Lucas, cap. VI, v. 31)”.
Jesus, com Seu amor incondicional e perfeito, não se agrada de tais atos, pois fomos criados para evoluirmos e sermos Espíritos de Luz.
O bullying traz sofrimentos imensos não só a quem é vítima direta, mas, também, para os familiares, pois, ver um filho chorar, sofrer e, por vezes, adentrar em um quadro depressivo, não é algo que os pais gostariam de assistir, trazendo dor e angústia.
Em O Livro dos Espíritos, pergunta 752, Kardec, nosso Codificador da Doutrina, nos orienta:
752- Poder-se-á ligar o sentimento de crueldade do instinto de destruição?
É o instinto de destruição no que tem de pior, porquanto, se, algumas vezes, a destruição constitui uma necessidade, com a crueldade jamais se dá o mesmo. Ela resulta sempre de uma natureza má (KARDEC, 2022, p. 276).
754- A crueldade não derivará da carência de senso moral?
Dize – da falta de desenvolvimento do senso moral; não digas da carência, porquanto o senso moral existe, como princípio, em todos os homens. É esse senso moral que dos seres fará mais tarde seres bons e humanos. Ele, pois, existe, no selvagem, mas como o princípio do perfume no germe da flor que ainda não desabrochou (KARDEC, 2022, p. 276).
Muitos que praticam o bullying têm um atraso no senso moral. Todos nós fomos criados simples e ignorantes, mas com condições de evoluirmos. Deus nos dá oportunidade para deservolver esse senso moral que está dentro de nós, por vezes em estado latente, mas que com o decorrer do tempo, eclodirá.
Todos nascem com a Centelha Divina dentro de si, mas é necessário desenvolvê-la. Assim, Kardec ainda orienta na pergunta 385 de O Livro dos Espíritos:
385- Que é o que motiva a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade, especialmente ao sair da adolescência? É que o Espírito se modifica?
- É que o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era [...].
A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas. Assim, portanto, a infãncia é não só sutil, necessária, indispensável, mas também consequência natural das Leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo (KARDEC, 2022, p. 169-170).
Os pais têm a missão de guiar e auxiliar seus filhos a vencerem suas más tendências, ajudaando a moldar seu caráter e progredirem. Com amor, devem ensinar bons valores, o caminho reto e repassar os ensinamentos de Jesus sobre o amor ao próximo.
É necessário ensinar aos filhos que praticar o bullying é muito errado, que eles não gostariam de sofrer com tais atos, mostrando a eles o quanto isso pode machucar. É de suma importância promover dialógos sobre respeito às diversidades, evitar o uso excessivo de celulares e de televisão; orientar com conversas sinceras e ensinar sobre o amor de Cristo.
A escola e os profissionais da educação também desempenham um papel importante. O ensino sobre diversidade, respeito, tolerância são pontos-chave, demonstrando que somos todos diferentes, cada qual com sua individualidade e qualidades.
Deve-se cuidar e tratar com amor aquele que pratica o bullying, pois, certamente, ele também pode sofrer, muitas vezes, carente de atenção e amor.
O fato de sofrer bullying não necessariamente se dá, do ponto de vista do Espiritismo, por mecanismo da Lei de Causa e Efeito, pois, nós não reencarnamos para sofrer, mas para crescer e evoluir, para sermos felizes! Deus quer nos ver felizes.
Aos familiares, é preciso observar em casa o comportamento da criança e do jovem, compreender se estão sendo vítimas ou promovendo o bullying, levando, então, o auxílio com amor, sabendo ouvir e tendo empatia.
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Referências:
1- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes/RJ: Editora Letra Espírita. 2022.
2- KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, tradução de Salvador Gentile. 366ª edição. Instituto de Difusão Espírita. Araras/São Paulo. 2021.
3- Blog Aliança Espírita Evangélica. Disponível em: https://alianca.org.br/site/2024/06/08/bullying-conhecer-para-prevenir/. Acesso em: 04 de Setembro de 2024.
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