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O Que os Espíritos Disseram a Léon Denis a Respeito Do Perispírito?


Léon Denis foi o grande continuador dos trabalhos espíritas iniciados por Allan Kardec.


Em seu notável livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor, destacou, no Capítulo 1, que, durante a elaboração de sua obra espírita, adotou os mesmos métodos empregados por Allan Kardec.


Além disso, preocupou-se em acrescentar ao seu trabalho os desenvolvimentos que haviam ocorrido em função das investigações e experiências feitas por muitos outros pesquisadores, após a morte do codificador do espiritismo.


Experiências pessoais

Quanto às suas experiências pessoais, no campo das investigações espíritas, registrou o seguinte:

“Há trinta anos que, sem interrupção, eu mesmo posso dizê-lo, tenho recebido ensinamentos de guias espirituais que não têm cessado de me dispensar sua assistência e conselhos. As suas revelações tomaram caráter particularmente didático no decurso de sessões, que se sucederam no espaço de oito anos e das quais muitas vezes falei numa obra precedente.” (Referindo-se a No Invisível, editado pela FEB.)


Nesses dois livros citados (O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Primeira Parte, Cap. 3 – O Problema do Ser; Segunda Parte, Cap. 13 – A reencarnação e suas leis; Cap.19 – A Lei dos Destinos; No Invisível, Capítulo 3 – O Espírito e a sua Forma; Capítulo 20: Aparições e Materializações de Espíritos), Denis colocou os seguintes ensinamentos que os Espíritos lhe ofereceram a respeito do perispírito:


- O corpo sutil preexiste ao nascimento, sobrevive às decomposições da campa e acompanha a alma nas suas transmigrações.

- A alma imortal encontra-se, na vida do Espaço, unida ao seu corpo espiritual, de que é inseparável, e que mantém a forma do corpo físico.

- O corpo espiritual é a forma imponderável que a alma preparou para si mesma com os seus pensamentos e as suas obras.

- O corpo sutil serve de molde para o corpo material.

- O perispírito é a verdadeira forma humana, sobre a qual vêm incorporar-se temporariamente as moléculas da carne.

- Durante a encarnação, a matéria cobre o perispírito com seu manto espesso, comprime-o, apaga-lhe as radiações. Daí o esquecimento das vidas passadas.

- Após a morte, livre do laço material, o Espírito elevado readquire a plenitude da sua memória; mas o Espírito inferior mal se lembra da sua última existência.

- Depois de cada vida terrestre, a alma ceifa e recolhe em seu corpo fluídico as experiências, os progressos e os frutos da existência decorrida.

- Cada ação da alma modifica sua própria natureza e depura ou materializa o seu invólucro fluídico.

- As ações repetidas dos pensamentos e da vontade exercem ação constante sobre o perispírito.As boas ações vão transformando o perispírito, pouco a pouco, num organismo sutil e radiante, aberto às mais altas percepções, às sensações mais delicadas da vida do Espaço, capaz de vibrar harmonicamente com Espíritos elevados e de participar das alegrias e impressões do Infinito.

- As más ações dão, ao perispírito, forma grosseira e opaca, acorrentada à Terra por sua própria materialidade e condenada a ficar encerrada nas baixas regiões do mundo espiritual.

- Cada pensamento altruísta, cada impulso de solidariedade e de amor puro dão à alma e ao seu invólucro fluídico um poder de radiação mais intenso.

- Cada pensamento ruim, cada ato criminoso, cada hábito pernicioso provocam uma contração no ser psíquico, condensando o perispírito, entenebrecendo-o e carregando-o de fluidos grosseiros.

- Os atos violentos, a crueldade, o homicídio e o suicídio provocam um abalo prolongado no Espírito. Este choque repercute, no renascimento, no corpo material com doenças, convulsões, deformidades ou mesmo a loucura, privando o Espírito da liberdade.


A grande contribuição

Como se constata facilmente, Léon Denis corroborou, em todos os sentidos, com os ensinamentos que Allan Kardec obteve dos espíritos acerca do perispírito.


Mas, sem dúvida, a sua grande contribuição foi ressaltar a força e o poder moral que a doutrina espírita tem em aperfeiçoar o uso das faculdades da alma, pela prática das virtudes, dando características elevadas ao perispírito e colocando-o em sintonia e afinidade com o dos espíritos elevados, junto dos quais o espírito sublimado passa a desfrutar das bem-aventuranças.


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