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O Que São Espíritos Obsessores?


Segundo o Evangelho, “a obsessão é a ação persistente de um mau Espírito sobre uma pessoa. Apresenta características muito diversas, desde a simples influência de ordem moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a completa perturbação do organismo e das faculdades mentais. Oblitera todas as faculdades mediúnicas. Na mediunidade psicográfica, ou de escrever, revela-se pela obstinação de um Espírito em se manifestar exclusivamente, sem permitir que outros o façam. Os maus Espíritos pululam ao redor da Terra, em consequência da inferioridade moral dos seus habitantes. Sua ação malfazeja faz parte dos flagelos que a Humanidade suporta neste mundo. A obsessão, como as doenças, e como todas as atribuições da vida, deve ser considerada, pois, como uma prova ou uma expiação, e aceita nessa condição”.


A obsessão pode vir de erros cometidos no passado e o obsessor ser alguém a quem fizemos algum mal ou que acredita que o fizemos, ou a espíritos desencarnados que estão em uma baixa frequência evolutiva e se aproximam para brincar com os encarnados ou intuí-los a fazer o mal.


Estes espíritos se conectam a nossa baixa vibração (pensamentos tristes, autoestima baixa, revolta ou medo, por exemplo) e intuem aos obsidiados pensamentos desagradáveis influenciando as pessoas a agirem de acordo com os sua influência.


Portanto, “os processos de obsessão estão diretamente conectados com a relação entre os envolvidos. O espírito obsessor é (ou foi) uma pessoa como qualquer um de nós. Ele pode achar que está fazendo “justiça” para a pessoa da qual ele está ligado energeticamente”.


No livro da médium Ivone Pereira, “Ressurreição e Vida”, a autora nos dá algumas dicas para saber se algum espírito está nos obsidiando ou obsidiando alguém próximo. São esses: olhar fixo, esgazeado ou fugidio, sem encarar ninguém; tiques e cacoetes nervosos; desalinho ou desleixo na aparência pessoal – excentricidade; agitação, inquietude, intranquilidade; medo e desconfiança injustificados; apatia, sonolência, mente dispersa; ideias fixas; excessos no falar, no rir; mutismo ou tristeza; agressividade gratuita, difícil de conter; ataques que levam ao desmaio, rigidez, inconsciência, contorções, etc.; pranto incontrolável sem motivo; orgulho, vaidade, ambição ou sexualidade exacerbados.


Outro tipo de obsessão é a de um vivo sobre um vivo ou sobre um espirito que desencarnou. O obsessor vivo é uma pessoa que rouba a energia de algo ou alguém. Ou seja, ela suga a energia de outra pessoa, seja por acreditar que precisa daquela pessoa, ou como forma de intimidação.


“Por exemplo, quando uma pessoa acredita que não pode viver sem alguém, que ela vai morrer se não tiver aquela pessoa por perto, ela é um obsessor vivo. Se você entra em contato com uma pessoa assim, sua energia é sugada e você nunca tem vontade de fazer nada porque aquela pessoa está sempre encima de você”.


“Só tem um jeito de lidar com quem esteja tentando absorver suas energias: estabelecendo limites. É fácil lidar com aquelas que maliciosamente tentam roubar sua energia, pois basta apenas se afastar delas. Agora, para lidar com aquelas pessoas que nunca te fariam algum mal, mas acabam fazendo porque são obsessores vivos, é preciso que um limite seja estabelecido entre você e o obsessor”.


Se você conhece alguém que sempre chega perto de você com conversa de que “você conversa mais com os outros do que comigo” ou “você dá mais atenção aos outros do que a mim” essa pessoa é um obsessor vivo (geralmente essas pessoas são encontradas em relacionamentos amorosos, mas nada impede de ser um amigo também). E não se engane, se você age como esse tipo de pessoa, você é um obsessor vivo. Estabeleça limites. Você que deve controlar a própria energia que recebe e emana.


O mesmo pode ocorrer para alguém que já desencarnou e mantemos uma ligação de dependência onde acreditamos que não há mais vida por que essa pessoa se foi. Isso é um grande equivoco das pessoas que acreditam que a vida termina aqui. Quantos sofrimentos poderiam ser evitados se as pessoas descobrissem que a vida continua e que só depende de nossas ações o merecimento para reencontrá-las após a morte do corpo. Merecimento, pois, aqueles que abreviam a vida através do suicídio consciente e inconsciente (tristeza excessiva, deixar de se cuidar física e mentalmente, chamar e perturbar o desenvolvimento dos que desencarnaram com suas suplicas e pedidos), podem retardar esse reencontro por muito tempo.

No Livro dos Espíritos temos algumas questões que nos trazem elucidações importantes sobre a obsessão:


971. A influência que os Espíritos exercem uns sobre os outros é sempre boa? — Sempre boa da parte dos bons Espíritos, é claro. Mas os Espíritos perversos procuram desviar do caminho do bem e do arrependimento os que consideram suscetíveis de serem arrastados, e que, muitas vezes, levaram para o mal durante a vida terrena.


971. a) Assim, a morte não nos livra da tentação? – Não; mas a ação que os maus Espíritos exercem sobre os outros Espíritos é muito menor do que sobre os homens, porque eles não têm mais o incentivo das paixões materiais. (Veja a questão 996.)


996. Uma vez que os Espíritos veem o mal causado pelas suas imperfeições, como se explica que existam os que agravam essa situação e prolongam sua condição de inferioridade fazendo o mal como Espíritos, afastando os homens do bom caminho? – Espíritos que agem assim são aqueles em que o arrependimento é tardio. O Espírito que se arrepende pode se deixar arrastar de novo pelas tendências inferiores, por outros Espíritos ainda mais atrasados. (Veja a questão 971.)


972. Como os maus Espíritos fazem para tentar outros Espíritos, uma vez que não possuem o auxílio das paixões? – Se as paixões não existem materialmente, existem no pensamento dos Espíritos atrasados. Os maus alimentam os pensamentos deles arrastando suas vítimas para os lugares onde têm o espetáculo dessas paixões e tudo que pode excitá-las.


972. a) Mas por que estimulam essas paixões, uma vez que não têm mais objetivo real? – É precisamente para provocar o suplício: o avaro vê o ouro que não pode possuir; o libertino, orgias das quais não pode fazer parte; o orgulhoso, honras que inveja e de que não pode desfrutar.


973. Quais são os maiores sofrimentos que podem suportar os maus Espíritos? – Não existe descrição possível das torturas morais que são a punição de certos crimes. Mesmo os que as sofrem teriam dificuldades para dar uma ideia delas; mas, certamente, a mais horrível é o fato de pensarem estar condenados para sempre.


As comunicações espíritas têm o propósito de nos mostrar o estado futuro da alma, não como uma teoria, mas como uma realidade, ao colocar sob nossos olhos todas as ocorrências da vida após a morte, mostrando-as ao mesmo tempo como consequências perfeitamente lógicas da vida terrestre.


E embora livre das ideias fantasiosas criadas pela imaginação dos homens, essas consequências não são menos angustiantes para aqueles que fizeram um mau uso de suas vontades e aptidões.


A diversidade dessas consequências é infinita, mas pode-se dizer, de modo geral: cada um é corrigido pelas faltas que cometeu. É assim que uns são punidos pela visão incessante do mal que fizeram; outros, pelos desgostos, o medo, a vergonha, a dúvida, o isolamento, as trevas e pela separação dos seres que lhe são queridos, etc.


Segundo o Evangelho nos casos de obsessão grave, o obsediado está como envolvido e impregnado por um fluído pernicioso, que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele. É necessário livrá-lo desse fluido, mas um mal fluido não pode ser repelido por outro da mesma espécie. Por uma ação semelhante a que o médium curador exerce nos casos de doença, é preciso expulsar o fluido mau com a ajuda de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um resgate. Essa é a que podemos chamar de ação mecânica, mas não é suficiente. Faz-se também necessário, e acima de tudo, agir sobre os ser inteligente, com o qual se deve falar com autoridade, sendo que essa autoridade só é dada pela superioridade moral. Quanto maior for esta, tanto maior será a autoridade.


E ainda não é tudo, pois para assegurar a libertação, é preciso convencer o Espírito perverso a renunciar aos seus maus intentos; despertar-lhe o arrependimento e o desejo do bem, através de instruções habilmente dirigidas, com a ajuda de evocações particulares, feitas no interesse da sua educação moral. Então, pode-se ter a dupla satisfação de libertar um encarnado e converter um Espírito imperfeito.


A tarefa se torna mais fácil, quando o obsediado, compreendendo a sua situação, oferece o concurso da sua vontade e das suas preces. Dá-se o contrário quando, seduzido pelo Espírito embusteiro, ele se mantém iludido quanto às qualidades da entidade que o domina, e se compraz nas suas mistificações, porque então, em vez de ajudar, ele mesmo repele qualquer assistência. É o caso da fascinação, sempre infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação. (Ver Livro dos Médiuns, cap. XXIII). Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar da ação contra o Espírito obsessor.


O tratamento médico aliado ao espiritual é muito importante nos casos de obsessão prolongada e que causa distúrbios físicos. Disso tudo meus irmãos o que podemos ter certeza é que temos responsabilidade pelo que plantamos. Que devemos nos manter vigilantes quanto nossos pensamentos e ações. Seguir a máxima de Cristo, “Orar e Vigiar” sempre. Manter pensamentos edificantes e procurar ouvir boas musicas e não nos apegarmos ao sensacionalismo que assola nosso planeta diante das intempéries e desgraças individuais e coletivas. Procurar nos aproximarmos de pessoas que nos trazem paz e que não ficam no automático repetindo as desgraças alheias, mas sim aquelas que trazem bons assuntos, que tratam de boas ações.


Outra boa dica é buscar auxiliar o nosso próximo. Orfanatos, asilos e hospitais são bons lugares para observarmos como somos privilegiados em relação a outras pessoas e como muitas delas estampam um sorriso pelas pequenas vitórias do cotidiano. E mesmo aquelas que por ventura observarmos mais tristes, ambas precisam de uma palavra ou um ouvido atento. Mas para isso procure primeiro se fortalecer, pois esses lugares também possuem espíritos que estão ali apenas esperando alguém um pouco desatento para obsediar.


Orai e vigiai. Orai por ti e por esses espíritos, pois também sofrem pelas ilusões do mundo. Estão apegados a matéria e não entenderam ainda que o perdão é o remédio mais eficiente.

Referencias:

Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo XXVIII – Coletânea de preces espíritas. V- Preces pelos doentes e pelos obsidiados. 81. São Paulo: Ed Boa Nova.


Pereira, Yvonne do Amaral. Ressureição e vida. Pelo espírito Leon Tolstói. (psicografado por). Ed 2, Brasília, FEB, 2014

Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. (Tradução de Evandro Noleto Bezerra). 4ª Edição. Brasília: FEB, 2016.

Kardec, Allan. O livro dos médiuns; (tradução de Guillon Ribeiro a partir da 49a edição francesa de 1861). – 81. ed. 1. imp. (Edição Histórica) – Brasília: FEB, 2013.

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