A Verdade Sobre Por que Algumas Pessoas se Lembram de Vidas Anteriores

Guilherme Carvalho

Deus, em Sua infinita bondade, concede ao Espírito criado ignorante, porém devedor ao longo da romagem pelo Universo, diversas oportunidades, que a Doutrina Espírita nos apresenta como reencarnação. Para ser justo e prevendo situações incômodas, no momento da reentrada do Espírito em qualquer indumentária carnal, derrama-se o chamado véu do esquecimento, que visa a facilitar as relações entre as criaturas, que possuem débitos umas com as outras.

Há casos em que as criaturas necessitam da lembrança mais vívida em sua memória, pois têm algo a aprender, nada na Programática Divina ocorre mediante erros ou improvisos. E como tudo é baseado em fator educativo intelecto-moral, principalmente moral, recordam-se de detalhes de outras encarnações, portador de diversas personalidades, o Espírito pode compreender como evoluiu, assim como em que ainda precisa lapidar-se.

Neste fenômeno, que não é nada mais do que natural, o Espírito é direcionado a engendrar-se na batalha de aprimoramento íntimo mais fervorosamente. Inúmeros relatos são conhecidos na atualidade, onde crianças lembram de locais, pessoas com as quais a família terrena não possui nenhum tipo de contato ou ciência. Citamos aqui um dos grandes exemplos de médium a que todos devemos anelar, Yvonne do Amaral Pereira, por meio do livro Recordações da Mediunidade, orientada pelo dedicado servidor Adolfo Bezerra de Menezes que, aplica o terceiro capítulo em especial para este tema (PEREIRA, 2022, P. 33).

O ilustre Codificador, organizando e sistematizando os pensamentos espíritas aponta o assunto no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo quinto, item 11: “E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre com justiça. A lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação, mas na falta de uma recordação exata, que lhe poderia ser penosa e prejudicá-lo nas suas relações sociais, forças novas haure ele nesses instantes de emancipação da alma, se os sabe aproveitar” (KARDEC, 2023, P. 76).

Tratado também em O Livro dos Espíritos na questão 397, a plêiade de Espíritos Superiores denota que à medida que o Ser evolui, adquire mais consciência sobre si, sobre seu passado e futuro. Entretanto, o caso que nos reportamos não necessariamente perpassa por este estigma, lembremos que Deus não nos concede fardo mais pesado que possamos aguentar, desta forma, o Espírito imortal retém lembranças se assim for conveniente ao ensejo de sua autotransformação (KARDEC, 2023, P. 174).

Assim sendo a Veneranda Contribuidora de Jesus, Amélia Rodrigues, exorta-nos quanto ao futuro de provações que nos aguardam, lembremos ou não do passado culposo: “Mesmo que se faça noite em nossos caminhos, repentinamente, e a chuva de amarguras caia impenitente sobre nossas cabeças, e os nossos pés tropecem nos calhaus que a indiferença, em nome da cultura, e a impiedade, representativa da ignorância, nos arremessem, continuemos de ânimo robusto e Espírito afervorado, ligados ao Espírito Divino, colocando as marcas da nossa passagem em bastiães de luz que clarificarão por todo o sempre as eternas fronteiras do Reino de Deus, quais postos avançados da vida nos campos de sombras da morte ”(FRANCO, 2022, P. 154).

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Referências

FRANCO, Divaldo Pereira; Luz do Mundo. Salvador/BA: LEAL, 2022.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes, RJ: Editora Letra Espírita. 2023.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes, RJ: Editora Letra Espírita. 2022.

PEREIRA, Yvonne do Amaral. Recordações da Mediunidade. FEB - Federação Espírita Brasileira. 2022.

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